Nossa relação com o alimento nem sempre é saudável. Além da função de nutrir o corpo, a comida está relacionada a diferentes momentos da vida.
Comemos para comemorar algo feliz ou para compensar um fato triste, por exemplo. Quando isso sai do equilíbrio, podemos nos ver diante de episódios de compulsão.
O que é compulsão alimentar?
A compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela falta de controle. Existe uma vontade incontrolável, uma necessidade de comer, de ingerir alimentos, mesmo sem sentir fome. E mesmo estando satisfeita, a pessoa não pára de comer, o que leva a ingerir enormes quantidades de alimentos em muito pouco tempo.
Logo após o episódio, ou crise, acontecer, aparecem as consequências do ato impulsivo, pois a falta de controle momentâneo leva ao arrependimento, à culpa, ao sentimento de impotência e à frustração em relação aos próprios hábitos alimentares.
Principais sintomas
Fique ligado ao notar algum ou alguns destes hábitos na sua rotina, pois são considerados sintomas importantes da compulsão alimentar:
- Comer escondido
- Comer sem fome
- Comer muito rápido
- Comer até sentir-se mal
- Comer durante o dia todo
- Comer para “aliviar o stress”
- Comer e sentir-se culpado
- Comer e sentir-se e impotente frente à comida
Quais são os riscos associados a compulsão alimentar?
- Obesidade;
- Cálculo renal quando a pessoa consome muito cálcio;
- Diminuição da capacidade respiratória; apnéia do sono
- Doenças como a diabetes tipo 2, hipertensão e níveis de colesterol alto;
- Gastrite; hérnia de hiato;
- Infertilidade;
- Insuficiência cardíaca e problemas vasculares;
- Outros distúrbios alimentares como a bulimia ou anorexia. Transtornos psicológicos como depressão e o transtorno obsessivo compulsivo.
Qual deve ser o tratamento?
O tratamento da compulsão deve ser multidisciplinar com:
- Endocrinologista
Faz o diagnóstico por meio da anamnese e inventário alimentar completo e pesquisa doenças associadas
- Psiquiatra
Avalia a necessidade tratamento com antidepressivos que tenham ação no mecanismo neuroquímico da doença (serotonina, noradrenalina) e investiga as comorbidades psíquicas frequentes.
- Psicóloga
Pode propor psicoterapia ou terapia comportamental e apoio familiar.
- Nutricionista
Propõe estratégias de cardápio para evitar a compulsão, como comer com frequência, "bolar" alternativas agradáveis ara colocar no cardápio, incentivar o paciente a fazer inventário alimentar completo para que não perca o controle sobre o que come.
A maior importância do tratamento está na abordagem multidisciplinar, com boa interação entre as equipes, para que a via final comum seja a cura do paciente.